15 de mar. de 2009

O MITO DA RODA DO ANO - HEMISFÉRIO SUL



Roda do Ano Celta

A concepção de tempo dos pagãos (O termo pagão significa: povo dos bosques), principalmente a dos Celtas era um tanto quanto diferente da atual. O tempo era para eles, não linear, mas circular, cíclico; há também o calendário, que era para eles lunar, enquanto que o nosso é um calendário solar.

Originários da tradição celta, os sabbaths ocorrem oito vezes ao ano, ou seja, duas vezes a cada estação. Nessas ocasiões, são homenageadas duas divindades: a Grande Mãe, ou simplesmente a “Deusa”, que simboliza a própria terra, e o Deus Cornífero, O Gamo Rei, protetor dos animais, dos rebanhos e da vida selvagem.
Quando os raios do sol diminuem sua intensidade ao cair da tarde é o momento de nos prepararmos para mais um dia. O povo Celta, assim como outros povos de origem pagã, celebram o começo dos dias através do anoitecer.

Cada anoitecer nos faz lembrar que a Deusa, com sua magia e seus mistérios, reinará através da Lua, das emoções, e das intuições, mostrando-nos que enquanto os homens se acalmam e repousam depois de um dia intenso de trabalho, os sacerdotes e sacerdotisas começam o semear de um novo dia.

O Deus, que também descansa durante a escuridão, se prepara para um novo nascer, para um novo brilhar, para um novo amanhecer.

Esse acordar e dormir, descansar e trabalhar, morrer e nascer fazem do dia e da noite momentos muito preciosos e de intensa comunhão entre o masculino e feminino. É preciso que as duas polaridades estejam em perfeita sintonia para que a Natureza possa se manter equilibrada. Da mesma maneira, como a imagem refletida é o complemento da imagem projetada, homens e mulheres precisam estar juntos para que a comunhão perfeita entre o Deus e a Deusa possa refletir em momentos de intensa união e perfeição.

Esses momentos de equilíbrio entre o dia e a noite, marcados pelo pôr do sol, a metade da noite, o nascer do sol e a metade do dia, se tornam de extrema importância para magias. Da mesma forma, os momentos entre cada um desses pontos também se tornam importantes. Em um suposto tempo linear, os quatro momentos principais seriam: 6h, meia noite, 6h e meio dia; e os secundários: 9h, 3h, 9h, e 3h.

Sabendo que o universo é perfeito e que tudo que há no macrocosmos tem seu correspondente no microcosmos, muitas vezes é preciso entender o micro para alcançarmos e sentirmos a importância do macro. Para muitas pessoas fica mais fácil compreender o universo através de pequenos momentos do dia-a-dia para se ter uma real noção da extensão dos grandes momentos.

Como podemos ver existem quatro momentos do dia (24h) que são pontos vitais, e há quatro pontos secundários que são pontos de equilíbrio. No processo de imagem refletida para imagem projetada, temos no ano (365 dias) quatro momentos vitais: o primeiro dia do ano e o primeiro dia do quarto, sétimo e décimo meses – dias que caem na divisão exata do ano em quatro partes iguais, em quatro elementos. Temos, também, quatro momentos secundários: a entrada de cada uma das quatro estações, delimitadas pelos solstícios e equinócios. Assim nossa roda do ano está formada e em eterna harmonia com o universo.

Obs:Existe pequena variação (horas) desta data anualmente, é sempre em torno de, pois depende-se da hora exata dos solstícios e equinócios.
Trataremos aqui das datas do Hemisfério Sul, onde estamos.

Esta era a maneira de pensar e agir dos Celtas, que tinham seu calendário baseado nesses oito momentos do ano, quando reuniam-se em clareiras e templos para festejar ritualisticamente essas oito datas.



A cada uma delas deu-se um nome:

Samhain - Início de um Novo Ano - 30 de Abril
Yule - Solstício de Inverno - 21 de Junho
Imbolc - Festa do Fogo (Luz, Sol)– Noite de Brigit - 1º de Agosto
Ostara ou Spring – Equinócio de Primavera - Fertilidade21 de Setembro
Beltane - A Fogueira de Bell - 1º de Novembro
Litha ou Midsummer - Solstício de Verão - 21 de Dezembro
Lughnasadh - Festa da Colheita - 1º de Fevereiro
Mabon - Equinócio de Outono - 21 de Março

O CREDO DAS BRUXAS

Ouça agora a palavra das Bruxas, os segredos que na noite escondemos,
Quando a obscuridade era caminho e destino, e que agora à luz nós trazemos.
Conhecendo a essência profunda, dos mistérios da Água e do Fogo,
E da Terra e do Ar que circunda,

Manteve silêncio o nosso povo.

O eterno renascimento da Natureza, a passagem do Inverno e da Primavera,
Compartilhamos com o Universo da vida, que num Círculo Mágico se alegra.
Quatro vezes por ano somos vistas, no retorno dos grandes Sabbaths,
No antigo Halloween e em Beltane, ou dançando em Imbolc e Lammas.

Dia e noite em tempo iguais vão estar, ou o Sol bem mais perto ou longe de nós,
Quando, mais uma vez,
Bruxas a festejar, Ostara, Mabon,
Litha ou Yule saudar.

Treze Luas de prata cada ano tem, e treze são os Covens também,
Treze vezes dançar nos Esbaths com alegria, para saudar a cada precioso ano e dia.
De um século à outro persiste o poder,
Que através das eras tem sido levado,

Transmitido sempre entre homem e mulher, desde o princípio de todo o passado.
Quando o círculo mágico for desenhado, do poder conferido a algum instrumento.
Seu compasso será a união entre os mundos, na terra das sombras daquele momento.

O mundo comum não deve saber, e o mundo do além também não dirá,
Que o maior dos Deuses se faz conhecer, e a grande Magia ali se realizará.

Na Natureza, são dois os poderes, com formas e forças sagradas,
Nesse templo, são dois os pilares, que protegem e guardam a entrada.

E fazer o que queres será o desafio, como amar a um amor que a ninguém vá magoar,
Essa única regra seguimos à fio, para a Magia dos antigos se manifestar.

Oito palavras o credo das Bruxas enseja:

SEM PREJUDICAR A NINGUÉM, FAÇA O QUE VOCÊ DESEJA.

CONECTE-SE COM A SUA DEUSA

CONECTE-SE COM A SUA DEUSA

CONECTE-SE COM A SUA DEUSA

No meu trabalho com grupo mulheres em São Paulo, nos questionamos sobre esta conexão :

Fomos "criadas e educadas" para sermos filhas, irmãs, esposas e avós que cuidam do outro e se dedicam.

Algumas vezes, por impulso de ajudar e "fazer o melhor" esquecemos de que nem sempre o outro quer ou precisa de ajuda e se o deixarmos em seu caminho com suas próprias limitações , sem julgarmos somente estando por perto, seremos de maior utilidade. Ocupar-se e preencher sua vida com a vida e o sentimento do outro só nos deixa vazias quando o outro não precisa ou não quer ajuda. Contatando com a nossa energia e amor próprio, fazendo conexão com a Deusa Interior e observando amorosamente a nossa beleza, as nossas necessidades e desejos seremos muito mais felizes. Colocando-nos como prioridade em nossas vidas será certamente muito mais produtivo e nos deixará ainda mais "belas". Esta beleza que virá de dentro transbordará em nós como sabedoria, calma e liberdade e, aí sim , faremos diferença para os seres que amamos pois o reflexo de nossa alegria e amor serão notados e compartilhados por quem quiser desfrutar da nossa generosidade. Queridas Deusas e Deuses, conectem-se e recebam o amor que a Nossa Grande Mãe dedica à todos os seres do Planeta!

Amorosamente,

Tanya Althea
http://www.jornadatantrica.com.br/